Vikings, os verdadeiros descobridores da América

Vikings, os verdadeiros descobridores da América


A História nem sempre é aquilo que se ensina nas escolas, que na maioria das vezes não passam de uma grande fonte de alienação para o povo. Uma coisa lamentável é como se ensina que Cristóvão Colombo foi o sujeito que descobriu a América, quando na realidade outros europeus chegaram lá muito antes dele. Estes foram os vikings, que encontraram a América do Norte quase 500 anos antes do português e muito antes da era das Grandes Navegações. Não se sabe tanto sobre eles quando se deveria; normalmente eles são tidos como um bando de bárbaros loiros ou ruivos, cabeludos, barbudos, saqueadores, furiosos, embriagados, estupradores e que usavam capacetes com chifres. No entanto se esquece que seus capacetes não tinham chifres e que, apesar de tudo, eles foram uma das civilizações mais importantes do mundo antigo e medieval, e grandes navegadores.



As antigas sagas nórdicas dos vikings são a única fonte histórica que menciona suas tentativas de colonizar a América. Ainda assim umas divergem das outras em muitos detalhes, e muita coisa pode ser considerada como lenda por se misturar com mitologia. Por causa disso, não foram levadas em consideração como narrativas de fatos reais pelos estudiosos, ainda mais pela falta de outros relatos independentes que confirmassem isto. Até que em 1964 uma equipe de arqueólogos descobriu ruínas de arquitetura viking na área de L'Anse aux Meadows na costa norte da ilha de Terra Nova, no Canadá. O sítio arqueológico tinha oito edifícios, dos quais três eram grandes salas com espaço para 80 pessoas, uma oficina de carpintaria e uma forja para extrair e trabalhar o ferro com tecnologia idêntica à dos vikings. Datações por carbono 14 determinaram que elas eram mais ou menos do ano 1000 da nossa era.


As narrativas originais dos vikings dizem que Leif Eriksson (que não tem nada a ver com o celular), seu irmão Thorvald, sua irmã e sua mulher fundaram a colônia de Leifsbudir nas distantes terras de Vinland (terra das vinhas), que era como eles chamavam a América, cuja existência já conheciam de suas viagens para a Groenlandia. Eriksson era filho de Eric, o Vermelho, um grande fora-da-lei norueguês, e era um experiente navegador. Alguns dos motivos práticos que levaram à colonização de Vinland eram a escassez de madeira, ferro e do frio na Groenlandia. Além disso, Vinland tinha um clima bem mais ameno e maior abundância de recursos naturais, além de terras próximas como Markland (costa de Labrador), Straumfjord e Helluland (costa oeste da ilha de Baffin), que Eriksson relatou como sendo ideais para a criação de gado. Leifsbudir também serviria como uma base de inverno na região, pois as viagens marítimas para a Groenlandia - que levavam 3 semanas devido à distância - só eram possíveis no verão. A colônia chegou a ter 30 pessoas.


Reconstrução de aldeia viking em L'Anse aux Meadows

No entanto, ainda segundo os relatos dos colonizadores, problemas começaram a surgir quando eles entraram em contato com os nativos de Vinland, com os quais não conseguiram estabelecer relações pacíficas.
O primeiro contato teria sido com 9 índios norte-americanos, batizados de skraellings ("os feios") pelos vikings, da mesma forma que os inuit (esquimós) da Groenlandia. Por motivos não especificados - possivelmente dificuldades de comunicação interpretadas como hostilidade -, os europeus mataram 8 dos índios. O único que conseguiu fugir regressou com um grupo maior em canoas, os quais atacaram os vikings, com alguns mortos de ambos os lados, incluindo o irmão de Leif Eriksson. Apesar deste contato inicial pouco amigável, os colonizadores conseguiram estabelecer relações comerciais com os nativos, trocando leite e têxteis nórdicos com eles por peles de animais locais. Algum tempo depois, entretanto, as lutas recomeçaram quando um índio foi morto por tentar roubar uma arma dos vikings. Apesar de vitoriosos, estes decidiram abandonar de vez Leifsbudir pois não teriam apoio militar adequado para se manterem a salvo naquelas terras.


Apesar disso, os vikings continuariam a visitar a América do Norte por mais 3 séculos, principalmente Markland, para extrair madeira e ferro para sua colônias na Groenlandia. A última referência nórdica a uma viagem para Markland data de 1347. 152 anos depois, o português Cristóvão Colombo chega com sua esquadra à América do Norte. Na falta de evidências históricas em contrário na época, ele foi nomeado como o descobridor da América, e equivocadamente é isso que é ensinado nas escolas até hoje, quase meio século depois de terem sido descobertas as ruínas vikings em
L'Anse aux Meadows.


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinland, http://pt.wikipedia.org/wiki/Leif_Ericson





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